Abel de Jesus
A existência humana é um oceano
Um mar de incomparável imensidão
A vida que nos cabe é quase nada
É um copo d’água desse mar sem proporção
Bebendo a vida inteira num só gole
Podemos sem querer nos engasgar
A vida deve ser saboreada
É vinho raro não se pode derramar
Podemos ser plebeus a vida inteira
Ou ser eterno rei na solidão
O importante é termos a clareza
Que nessa vida somos luz na escuridão
O tempo é o senhor do universo
E vai levar os versos que eu fiz
Até a estação do infinito
E lá quem sabe faça alguém muito feliz
INTERCESSÃO
Abel de Jesus
Eis-me aqui, minha senhora
Peço tua intercessão
Prá que tragas Isadora
De volta pro barracão
Minha alma ainda chora
Desde que ela foi embora
Vivo eu na solidão
Não te peço complacência
Com a minha insensatez
Aprontei com Isadora
Não foi a primeira vez
Minha lágrima implora
Me perdoa Isadora
Tanto mal que lhe causei
Te prometo de joelhos
Reparar o mal que fiz
Tratarei-a com mais zelo
A farei muito feliz
Prá mostrar que estou mudado
Já marquei antecipado
Uma missa na matriz
Reformei nosso barraco
Seu retrato emoldurei
Botei flores na janela
Fiz um samba só prá ela
Na mais pura inspiração
Acho que já era hora
Aprendi com essa história
Não ceder a tentação
Preparei aquele prato
Que você serviu prá mim
Num jantar à luz de velas
E você minha donzela
Com perfume de jasmim
Nossa história é tão bonita
Peço a deus que não permita
Que ela tenha esse fim
PERDI MEU CHÃO
Abel de Jesus
Por causa de você
Perdi o rumo
Seu amor era o meu prumo
Fonte eterna da divina inspiração
Por causa de você
Meu samba é triste
Escrevo versos que persistem
Em rimar melancolia e solidão
Por causa de você
Perdi o passo
E agora o que é que eu faço
Mestre-sala pescador de ilusão
Por causa de você perdi o rumo
Por causa de você perdi meu chão
Tentei tirar você
Do pensamento
Mas faltaram-me argumentos
Que pudessem convencer meu coração
Tentei justificar
Minha existência
E na mais pura inocência
Atirei-me aos braços de outra mulher
Mas quando
Eu não senti o seu perfume
Dei vazão aos meus queixumes
Magoei a quem me amou sem pretensão
Por causa de você perdi o rumo
Por causa de você perdi meu chão
DUAS CARAS
Abel de Jesus
Não diga
Que eu não passo de um moleque
Que eu só vivo de pileque
No boteco da esquina
Se bebo
Talvez tenha algum motivo
Só não bebo o juízo
Isto nunca aconteceu
Não diga
Que eu sou peça perdida
Que no tabuleiro da vida
Eu não passo de peão
Mas veja, meu amor,
Que ironia:
Aquela que amei um dia
Me pagou com traição
Agora
Eu vou dizer na tua cara
O que toda a Guanabara
Soube antes que eu soubesse
Você me traiu
E fugiu com aquele cara
E agora com que cara
Quer dizer-me o que fazer
Apresentei você
Lá na escola
Aos amigos que outrora
Batucavam uma canção
Larguei
A minha vida de boêmio
E o que tive como prêmio
Foi a tua ingratidão
Na vida,
Aprendi desde moleque,
Um amor a gente esquece
Ou qualquer desilusão
Até
A quem tratamos de rainha
Que de forma tão mesquinha
Nos maltrata o coração
Agora
Eu vou dizer na tua cara
O que toda a Guanabara
Soube antes que eu soubesse
Você me traiu
E fugiu com aquele cara
E agora com que cara
Quer dizer-me o que fazer
MEU SAMBA VAI BEBER FILOSOFIA
Abel de Jesus
Meu samba vai beber filosofia
E quem sabe embriagado
Possa me esclarecer
Será normal viver nessa loucura
Aonde impera a usura
E o apego ao poder
Olhando o rebolado da mulata
E acompanhando a passeata
Contra discriminação
Se somos descendentes dos primatas
Esse discurso escravocrata
É pura falta de visão
O negro que chorava na senzala
Hoje é o mestre-sala
Que desfila na avenida
Não sei se por ironia ou por dor
O negro sempre oprimido
Hoje é o que alegra o opressor
Talvez seja melhor a utopia
De acreditar que algum dia
O mundo possa melhorar
E enquanto isso só for filosofia
Esse meu samba auforria
Te convida a cantar
Repete toda a música...
Te convida a cantar...
Te convida a cantar...
PRECISO ENCONTRAR-TE URGENTEMENTE
Abel de Jesus
Preciso encontrar-te urgentemente
Dizer-te que ainda penso em ti
A vida nos tornou tão diferentes
Mas só recentemente percebi
Quem sabe, meu amor, fosse a certeza
De tê-la em meus braços como sempre pude ter
Joguei o nosso amor na correnteza
E agora é com tristeza que eu suplico a você
Preciso encontrar-te com urgência
Antes que a sua ausência
Me impeça de viver
Recentemente olhando o seu retrato
Lembrei-me de momentos de ternura e de prazer
E sempre quando entro em nosso quarto
Eu sinto a presença de você
Na vida, cometemos desatinos
Zombamos do destino, desprezamos a paixão
Mas quando ao coração não se obedece
Viramos marionete nas trapaças da ilusão
Preciso encontrar-te com urgência
Antes que a sua ausência
Me impeça de viver
E SE ELA FOR FELIZ
Abel de Jesus
..E se ela for feliz
Isso ela não me diz
E se eu ficar sem graça
Quando ela me disser
Que eu sou um moço interessante
Mas diante de tais fatos
Infelizmente é isso aí
Mas que eu mereço ser feliz
Ao lado de outra mulher
...Ah! essa menina linda
Essa mulher bem vinda
Essa paixão tão louca
Que ancora o meu romance
No porto da fantasia
Que me rouba a alegria
Das manhãs de carnavais
E onde guardo a poesia que eu fiz
Nas madrugadas de verão
Mas se de repente ela me chega
E em toda a sua grandeza
E abre os braços prá mim
Vou me entorpecer de cantoria
Até vestir a fantasia
Do carnaval que passou
Quando eu a vi
...Ah! essa mulher tão louca
Essa paixão menina
Essa canção tão rouca
Sem compasso sem remédio
Sem retorno sem registro
Sem razão e sem certeza
Sem cuíca e sem refrão
Sem saber se pelo menos
Ela um dia vai ouvir essa canção
Lá..., laiá..., laiá, laiá...
DAMA DE VERMELHO
Abel de Jesus
Não se espante se eu lhe convidar
Para dançar comigo
Hoje a noite é tão linda e tão nossa
Não corremos perigo
Mas se acaso o amor chegar
E deixar-nos sem graça
E olhando por sobre os meus ombros
Você rindo disfarça
O champanhe, o garçom
O batom no cristal
Teu perfume suave
Me roubando os sentidos
Já dançamos sem nos temer
Nada mais nos importa
Já me vejo abrindo a porta
Lhe tirando o vestido
O amor nos chegou assim
Sobre lençóis macios
Minhas mãos percorrendo o teu corpo
Lhe causando arrepios
E amanhã de manhã
Não passou de ilusão
Mas o sinal fechado
Me lembrou seu vestido
O AMOR EM NÓS
Abel de Jesus
Amor,
Pensei em nosso amor
Em nossa paz
Hoje acordei pensando em ti
Pensando em nós
Caminhamos juntos
Sem temer olhar prá trás
E agradeço a deus
Estar contigo um dia a mais
Amor,
Eu sei das barras
Que vivemos nós
Até temi que a vida
Nos calasse a voz
Mas já vivemos tudo
O que o amor nos concedeu
Retornar da luta
E renascer num beijo teu
Amor,
Talvez quisesse o amor
Nos ensinar
Mostrar, não sei,
O que é o amor, o que é amar
Mas já vivemos tudo
O que o amor nos concedeu
Resta-me o desejo, enfim,
De ter um filho teu
LUZES DA PAIXÃO
Abel de Jesus
Se um colibri lhe acordar
E lhe cantar uma canção
Fui eu que fiz a melodia
Na euforia da paixão
Sou eu que canto manhãzinha
A sinfonia dos pardais
Prá lhe cobrir de poesia e paixão
bebo a poesia do teu chão
Se a luz do sol do amanhecer
Entrar no quarto sem bater
E a luz do sol se encontrar
Com a luz que vem dos olhos teus
Então eu sou a luz do sol
Eu sou a luz dos olhos teus
Eu sou a luz do teu sorriso matinal
Beijo cantoria carnaval
Pudera dar um beijo em tua boca
E amanhecer com a roupa suja de baton
A luz que vem da lua é muito pouca
Se comparada à luz que vem desta paixão
Como é tão bom... como é tão bom!
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
Abel de Jesus
Tudo o que sei
Nada me causa alegria
Tento outra vez
Te ofertar poesia
Busco no sonho o compasso
Que exige o meu coração
Tento extrair da verdade
Um momento qualquer de ilusão
Sei que a razão
É comparsa de minha timidez
Mais uma vez
Recorro a poesia
Pobre de quem
Já não tem vocação prá sonhar
Que só traz na lembrança
Um vago verbo amar
Perto de ti
Meu coração se acalma
Chego a sentir
Você beijando a minh’alma
Nas noites frias de inverno
Eu dedilho o meu violão
Tendo você a meu lado
A lareira da minha paixão
Chego a sorrir
Mergulhado em tal embriaguez
Que mais uma vez
Recorro à poesia
Pobre de quem
Já não tem vocação prá sonhar
Que só tráz na lembrança
Um vago verbo amar
COMO SER-TE
Abel de Jesus
Quero que você me encontre
Que você me conte como é que foi
Quero que você me diga
Dessa sua vida desse coração
Fale das suas viagens
Das suas paragens
Da nova estação
Fale dos seus desenganos
Dos seus vinte anos
Quero que você me encontre
Que você me conte como é que foi
Quero que você me diga
Dessa sua vida desse coração
Fale de tempos passados
Do tempo que passa
O passado passou
Fale do tempo em que a gente passava se amando
Quero que você me encante
Que você me conte como é que foi
Quero que você me ame
Que você me chame seja onde for
Eu serei sua viagem
A sua paisagem
O seu coração
Eu serei sua estrada
O seu desatino
Quero que você me encante
Que você me conte como é que foi
Quero que você me ame
Que você me chame seja onde for
Eu beberei tua boca
Na louca euforia de me enlouquecer
Percorrerei o seu corpo
Feito um bailarino
NÃO ADIANTA ME NEGAR
Abel de Jesus
Não adianta me negar
O que o seu olhar me diz
Nem vem querer se explicar
Se já começa a gaguejar
Quando estou perto de você
Meu bem
Quando o coração sente
Quer fazer da gente
O que bem entender
E faz até renascer
Até cantar outra vez
Não adianta nem tentar
Me esquecer outra vez
De que adianta se esconder
Fechar os olhos prá não ver
Se a tua sombra sou eu
Meu bem
A verdade insiste
Em dizer como é triste
Viver sem você
Então prá que me torturar
Diz que me ama de vez
CANÇÃO CANSADA
Abel de Jesus
Tenho os olhos perdidos
Passados recentes
Cenários que cegam
A minha visão
Outonos que não se vão
Trago no peito espinhos
Promessas cansadas
Países que eu esperei
Ilusão
Palavra sangrando a voz
Vento me tira a poeira
Me traga coragem
Me mostre caminhos
Que eu não percorri
Traga um sonho um verso
Ou quem sabe a aurora
Da minha canção
Criança de pé no chão
Vago ao vento e vazio
Me pego arredio
O medo de ser
O que nunca serei
Preciso do colo teu
Vento me tira a poeira
Me traga coragem
Me mostre caminhos
Que eu não percorri
Traga um sonho um verso
Ou quem sabe a aurora
Da minha canção
Criança de pé no chão
ALTAS HORAS
Abel de Jesus
Todo fim de noite
Risco poesia
Te exalo nos dedos
E amanhece o dia
Todo fim de noite
Bate a tua ausência
E a saudade aumenta
A minha agonia
Quanto tempo faz
Que eu não te vejo
Quanto tempo faz
Que eu não te beijo
Da minha janela
Posso ver a lua
Do meu pensamento
A imagem tua
Solidão pungente
Longa madrugada
Coração latente
É você ou nada
Vem menina
E mata o meu desejo
Quanto tempo faz
Que eu não te beijo
Vem menina
E mata-me de beijos
Quanto tempo faz
Que eu te desejo
ESCRAVO DA PAIXÃO
Abel de Jesus
Me esqueci tentando te esquecer
Me perdi de tanto procurar
Um novo caminho
Caminhar sozinho
Ainda há tempo prá viver
Quantas vezes eu não quis ouvir
Quanto tempo havia prá nós dois
Tantas as palavras
Hoje tão cansadas
Implorando por você
...Ah! Loucura foi tentar te esquecer
Se a tua imagem ainda me faz crer
Que sou o mais amante dos mortais
...Ah! Serei eterno escravo da paixão
Por mais que eu insista em dizer não
Eu sei que é impossível te esquecer
Quantas noites eu me vi tão só
Quantos copos em que naufraguei
Quantas caminhadas pelas madrugadas
Procurando me esconder
Quantos sonhos eu sonhei depois
Quantos versos quanta solidão
Quantos lábios frios
E o querer tardio
De implorar o teu perdão
...Ah! Loucura foi tentar te esquecer
Se a tua imagem ainda me faz crer
Que sou o mais amante dos mortais
...Ah! Serei eterno escravo da paixão
Por mais que eu insista em dizer não
Eu sei que é impossivel te esquecer
N’ALGUM LUGAR DO MEU PASSADO
Abel de Jesus
Amanhã mesmo me procuro
Dentre a fuligem que restou
Buscar lembranças de futuro
Olhar de novo o que eu não vi
Pisar descalço sobre a grama
Comer da fruta no capim
Reflete novamente na varanda
Criança que eu guardei em meus quintais
Atrás do pé de tamarindo
Era menino e nada mais
Lá..., laraê..., lalará...
Lá..., laraê..., lalará...
Atrás do pé de tamarindo
Era menino e nada mais
Amanhã mesmo me prometo
Qualquer canção que me esqueci
Viagens sonhos e segredos
Qualquer paixão que não vivi
N’algum lugar do meu passado
Sentindo um cheiro de jasmim
Reflete novamente na varanda
Criança que eu quis ser e não fui
Tão viajante tão sozinho
Era menino e nada mais
Lá..., laraê..., lalará...
Lá..., laraê..., lalará...
Tão viajante tão sozinho
Era menino e nada mais
PÁSSARO FERIDO
Abel de Jesus
Se você me deixar
Não diz, se vá
Sabes muito bem
Da dor que vai me corroir
Ao te ver partir
Eu sei que é normal
O amor , o fim
Mas nunca pensei
Que isso acontecesse a mim
Que doía assim
Se existe uma razão
Então não dá
Deixa-me cantar
O som do pássaro ferido
E voar sem fim
BABY...
Abel de Jesus
Abel de Jesus
Quero que você me encontre
Que você me conte como é que foi
Quero que você me diga
Dessa sua vida desse coração
Fale das suas viagens
Das suas paragens
Da nova estação
Fale dos seus desenganos
Dos seus vinte anos
Quero que você me encontre
Que você me conte como é que foi
Quero que você me diga
Dessa sua vida desse coração
Fale de tempos passados
Do tempo que passa
O passado passou
Fale do tempo em que a gente passava se amando
Quero que você me encante
Que você me conte como é que foi
Quero que você me ame
Que você me chame seja onde for
Eu serei sua viagem
A sua paisagem
O seu coração
Eu serei sua estrada
O seu desatino
Quero que você me encante
Que você me conte como é que foi
Quero que você me ame
Que você me chame seja onde for
Eu beberei tua boca
Na louca euforia de me enlouquecer
Percorrerei o seu corpo
Feito um bailarino
NÃO ADIANTA ME NEGAR
Abel de Jesus
Não adianta me negar
O que o seu olhar me diz
Nem vem querer se explicar
Se já começa a gaguejar
Quando estou perto de você
Meu bem
Quando o coração sente
Quer fazer da gente
O que bem entender
E faz até renascer
Até cantar outra vez
Não adianta nem tentar
Me esquecer outra vez
De que adianta se esconder
Fechar os olhos prá não ver
Se a tua sombra sou eu
Meu bem
A verdade insiste
Em dizer como é triste
Viver sem você
Então prá que me torturar
Diz que me ama de vez
CANÇÃO CANSADA
Abel de Jesus
Tenho os olhos perdidos
Passados recentes
Cenários que cegam
A minha visão
Outonos que não se vão
Trago no peito espinhos
Promessas cansadas
Países que eu esperei
Ilusão
Palavra sangrando a voz
Vento me tira a poeira
Me traga coragem
Me mostre caminhos
Que eu não percorri
Traga um sonho um verso
Ou quem sabe a aurora
Da minha canção
Criança de pé no chão
Vago ao vento e vazio
Me pego arredio
O medo de ser
O que nunca serei
Preciso do colo teu
Vento me tira a poeira
Me traga coragem
Me mostre caminhos
Que eu não percorri
Traga um sonho um verso
Ou quem sabe a aurora
Da minha canção
Criança de pé no chão
ALTAS HORAS
Abel de Jesus
Todo fim de noite
Risco poesia
Te exalo nos dedos
E amanhece o dia
Todo fim de noite
Bate a tua ausência
E a saudade aumenta
A minha agonia
Quanto tempo faz
Que eu não te vejo
Quanto tempo faz
Que eu não te beijo
Da minha janela
Posso ver a lua
Do meu pensamento
A imagem tua
Solidão pungente
Longa madrugada
Coração latente
É você ou nada
Vem menina
E mata o meu desejo
Quanto tempo faz
Que eu não te beijo
Vem menina
E mata-me de beijos
Quanto tempo faz
Que eu te desejo
ESCRAVO DA PAIXÃO
Abel de Jesus
Me esqueci tentando te esquecer
Me perdi de tanto procurar
Um novo caminho
Caminhar sozinho
Ainda há tempo prá viver
Quantas vezes eu não quis ouvir
Quanto tempo havia prá nós dois
Tantas as palavras
Hoje tão cansadas
Implorando por você
...Ah! Loucura foi tentar te esquecer
Se a tua imagem ainda me faz crer
Que sou o mais amante dos mortais
...Ah! Serei eterno escravo da paixão
Por mais que eu insista em dizer não
Eu sei que é impossível te esquecer
Quantas noites eu me vi tão só
Quantos copos em que naufraguei
Quantas caminhadas pelas madrugadas
Procurando me esconder
Quantos sonhos eu sonhei depois
Quantos versos quanta solidão
Quantos lábios frios
E o querer tardio
De implorar o teu perdão
...Ah! Loucura foi tentar te esquecer
Se a tua imagem ainda me faz crer
Que sou o mais amante dos mortais
...Ah! Serei eterno escravo da paixão
Por mais que eu insista em dizer não
Eu sei que é impossivel te esquecer
N’ALGUM LUGAR DO MEU PASSADO
Abel de Jesus
Amanhã mesmo me procuro
Dentre a fuligem que restou
Buscar lembranças de futuro
Olhar de novo o que eu não vi
Pisar descalço sobre a grama
Comer da fruta no capim
Reflete novamente na varanda
Criança que eu guardei em meus quintais
Atrás do pé de tamarindo
Era menino e nada mais
Lá..., laraê..., lalará...
Lá..., laraê..., lalará...
Atrás do pé de tamarindo
Era menino e nada mais
Amanhã mesmo me prometo
Qualquer canção que me esqueci
Viagens sonhos e segredos
Qualquer paixão que não vivi
N’algum lugar do meu passado
Sentindo um cheiro de jasmim
Reflete novamente na varanda
Criança que eu quis ser e não fui
Tão viajante tão sozinho
Era menino e nada mais
Lá..., laraê..., lalará...
Lá..., laraê..., lalará...
Tão viajante tão sozinho
Era menino e nada mais
PÁSSARO FERIDO
Abel de Jesus
Se você me deixar
Não diz, se vá
Sabes muito bem
Da dor que vai me corroir
Ao te ver partir
Eu sei que é normal
O amor , o fim
Mas nunca pensei
Que isso acontecesse a mim
Que doía assim
Se existe uma razão
Então não dá
Deixa-me cantar
O som do pássaro ferido
E voar sem fim
BABY...
Abel de Jesus
Baby...
Deixai-me deleitar
No aconchego do seu corpo
Tão bom é contemplar
A alegria do seu rosto
Hoje a noite está tão nua
E a lua ainda não veio
Sem falar nesse vazio
Da ausência de você
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
Baby...
Ainda que eu persista
Na beleza de existir
Há tanta hipocrisia
Me impedindo prosseguir
E hoje eu sei qualquer verdade
É uma gota no oceano
Comparada a grandeza
De saber que eu te amo
Baby...
Elites e eleitos ignoram a nação
Fabricam miseráveis
Depois trancam o portão
Consideram o absurdo
Uma coisa tão normal
Se escondem da verdade
Atrás de qualquer jornal
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
Baby...
Meus olhos já perderam
A coragem de enxergar
Algum lugar seguro
Onde possamos nos amar
O futuro me acena
Como uma cena de horrores
De um lado miseráveis
Do outro computadores
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
EU SÓ QUERIA CANTAR UMA CANÇÃO
Abel de Jesus
Meu bem...
Cantei uma canção
Mas houve quem dissesse
Que mexi com a razão
Dos amantes reprimidos
Que sou um tanto insensível
Meu bem...
Eu não queria tanto
Eu só queria um canto
Que pudesse unificar
Todos numa só canção
Numa mesma harmonia
Caminhei por essas ruas
As esquinas do país
Por letreiros coloridos
Me mandando consumir
Meu bem...
Eu fiz outra canção
Falando mais da vida
Primavera e paixões
Espantando essa tristeza
Acalmando os corações
Meu bem...
Bem sabes que é difícil
Falar de primavera
Com o barulho dos canhões
Destruindo os amantes
Mas, quem sabe, a primavera....
Olhe bem para os meus olhos
O meu tempo todo é seu
Tome minha liberdade
Eu preciso de você
NOVA DANÇA
Abel de Jesus
Boca de cantar menina
Boca de beijar também
Boca de cantar cantiga
De cantar contigo
Que o cantar contém
Nesse compasso é que a vida vai
Esse compasso que a gente tem
A cada passo uma nova dança
E nessa contra-dança vou dançar também
Boca de cantar menina
Boca de beijar também
Boca de cantar cantiga
De cantar contigo
Que o cantar contém
Cante comigo a mesma canção
Conte comigo se avexe não
Canse comigo nesse rebolado
Nesse requebrado desse meu baião
Deixai-me deleitar
No aconchego do seu corpo
Tão bom é contemplar
A alegria do seu rosto
Hoje a noite está tão nua
E a lua ainda não veio
Sem falar nesse vazio
Da ausência de você
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
Baby...
Ainda que eu persista
Na beleza de existir
Há tanta hipocrisia
Me impedindo prosseguir
E hoje eu sei qualquer verdade
É uma gota no oceano
Comparada a grandeza
De saber que eu te amo
Baby...
Elites e eleitos ignoram a nação
Fabricam miseráveis
Depois trancam o portão
Consideram o absurdo
Uma coisa tão normal
Se escondem da verdade
Atrás de qualquer jornal
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
Baby...
Meus olhos já perderam
A coragem de enxergar
Algum lugar seguro
Onde possamos nos amar
O futuro me acena
Como uma cena de horrores
De um lado miseráveis
Do outro computadores
Uôu..., uôu..., uôu..., uôu...,
EU SÓ QUERIA CANTAR UMA CANÇÃO
Abel de Jesus
Meu bem...
Cantei uma canção
Mas houve quem dissesse
Que mexi com a razão
Dos amantes reprimidos
Que sou um tanto insensível
Meu bem...
Eu não queria tanto
Eu só queria um canto
Que pudesse unificar
Todos numa só canção
Numa mesma harmonia
Caminhei por essas ruas
As esquinas do país
Por letreiros coloridos
Me mandando consumir
Meu bem...
Eu fiz outra canção
Falando mais da vida
Primavera e paixões
Espantando essa tristeza
Acalmando os corações
Meu bem...
Bem sabes que é difícil
Falar de primavera
Com o barulho dos canhões
Destruindo os amantes
Mas, quem sabe, a primavera....
Olhe bem para os meus olhos
O meu tempo todo é seu
Tome minha liberdade
Eu preciso de você
NOVA DANÇA
Abel de Jesus
Boca de cantar menina
Boca de beijar também
Boca de cantar cantiga
De cantar contigo
Que o cantar contém
Nesse compasso é que a vida vai
Esse compasso que a gente tem
A cada passo uma nova dança
E nessa contra-dança vou dançar também
Boca de cantar menina
Boca de beijar também
Boca de cantar cantiga
De cantar contigo
Que o cantar contém
Cante comigo a mesma canção
Conte comigo se avexe não
Canse comigo nesse rebolado
Nesse requebrado desse meu baião